O exame histopatológico é a análise microscópica de tecidos e órgãos dos animais obtidos através de biópsia e necrópsia. Tem como objetivo identificar alterações morfológicas neoplasicas, infecciosas, inflamatórias, degenerativas e informações sobre o prognóstico auxiliando o clinico em sua conduta. A coloração histoquímica normalmente utilizada para esse tipo de procedimento é a Hematoxilina e Eosina, mas em muitos casos se faz necessário à utilização de outras colorações histoquímicas especificas, realizadas para identificar alguns agentes infecciosos, pigmentos, tipos celulares e outros.
A biópsia é um procedimento cirúrgico no qual se colhe uma amostra de tecido de interesse para análise histopatológica. Existem basicamente quatro tipos de biópsia:
Após a retirada, o fragmento deve ser conservado em formol a 10%, em volume total de 10 vezes em relação ao tamanho/ volume da peça, por no mínimo 24 horas.
Exame necroscópico e histopatológico voltados para fins de pesquisa acadêmica.
É uma área da patologia especializada em exames anatomopatológicos da pele e seus anexos, sendo de responsabilidade do médico veterinário patologista, assim como quaisquer outras análises anatomopatológicas. Possui uma terminologia diferenciada, pois a maioria das alterações histopatológicas são observadas exclusivamente na pele. É um exame de grande valia para o auxilio no diagnóstico dermatológico. Microscopicamente é possível determinar o diagnóstico especifico de uma doença, eliminar alguns dos diagnósticos diferenciais clínicos, ou sugerir uma patogênese, mesmo se a entidade da doença específica for indeterminada.
Patologia Ocular: é a análise histopatológica do bulbo ocular e seus anexos. Tem como objetivo auxiliar na elucidação de diversas doenças com origem primária nos olhos, assim como no esclarecimento de moléstias sistêmicas com repercussões oculares, contribuindo desta forma, com uma adequada conduta terapêutica. Todos os olhos enucleados devem ser submetidos à análise histopatológica.
O Histopatológico transcirúrgico por congelação é a análise histopatológica de um pequeno fragmento tecidual durante o ato cirúrgico. Tem como objetivo auxiliar o cirurgião em sua conduta. Utilizada para diferenciar processos degenerativos, neoplásicos e inflamatórios; avaliação de margens cirúrgicas e de linfonodos. O exame é validado posteriormente pelo exame histopatológico convencional em bloco de parafina. A principal vantagem do exame é o de se evitar repetidas cirurgias devido ao comprometimento de margens e linfonodos pela lesão.
Como todo exame complementar, existem limitações na execução e análise deste exame. Uma das principais limitações seria o tamanho do fragmento a ser analisado. A espessura do tecido a ser analisado é maior no tecido congelado quando comparado ao exame em bloco de parafina. Assim, é recomendado que a lesão a ser analisada possua dimensões mínimas de 0,5 cm de diâmetro. Lesões inferiores a esse tamanho devem ser encaminhadas ao exame histopatológico convencional em bloco de parafina, o qual possui maior precisão da espessura no momento do corte histológico.
A necropsia é o exame pós mortem do animal. Tem como objetivo determinar a causa mortis, moléstia principal e outras moléstias intercorrentes. O CVAP – Centro Veterinário de Anatomia Patológica possuem três modalidades de necropsia: necropsia completa; necropsia documentada e necropsia cosmética.
Avaliação macroscópica e microscópica dos órgãos.
Avaliação macroscópica e microscópica e documentação fotográfica das lesões macroscópicas relevantes.
Avaliação macroscópica e microscópica com maior preservação do cadáver para fins de sepultamento e/ou cremação.
Conservação do cadáver:
O melhor método para conservação do cadáver é o resfriamento. Dessa maneira pode-se conversar o cadáver em até 12 hs antes do exame de necropsia. Em casos de alterações neurológicas, pancreáticas e de medula óssea indica-se o exame de necropsia logo após o óbito, devido à entrada no processo de autólise ocorrer de forma mais precoce e acentuada nesses tecidos.
O congelamento não é indicado, pois o processo prejudica a análise macro e microscópica, dificultando ou impossibilitando em alguns casos a determinação da causa mortis e a moléstia principal.
Observações importantes:
O exame citológico é a análise morfológica das células esfoliadas de um tecido sem a presença da arquitetura tecidual. É uma das grandes ferramentas para auxiliar o médico veterinário no diagnóstico, prognóstico e na tomada decisões frente a casos clínicos. Oferece inúmeras vantagens, uma vez que a técnica de obtenção do material é muito simples, de baixo custo e muitas vezes proporcionam resposta diagnóstica rápida. Porém, como toda técnica, nem sempre o parecer é definitivo. A grande maioria dos exames citológicos devem ser confirmados por exame histopatológico, devido à possibilidade do material colhido ser pouco representativo ou estar impossibilitado para análise, devido à contaminação sanguínea. Também há restrições quanto à avaliação prognóstica, pois tal exame avalia somente as características de células isoladas ou em blocos, ao passo que o exame histopatológico permite avaliar a arquitetura do tecido como um todo, ou seja, a relação entre células e entre as células e o meio.
As principais técnicas de coleta são:
Consiste na aspiração das células presentes numa formação/aumento de volume. Neste método são utilizadas agulha e seringa. Para a coleta, a agulha acoplada à seringa é introduzida na lesão formação, puxa-se o êmbolo e faz movimentos em formato de leque, garantindo que células de diferentes regiões dentro do nódulo tenham sido aspiradas. Deve-se remover a seringa da agulha, aspirar cerca de 8ml de ar, reacoplar à agulha e despejar o material obtido na agulha sobre a lâmina de vidro. Em seguida encosta-se uma lâmina de vidro perpendicular à lâmina com o material coletado e faz-se o squash ou esfregaço. As agulhas comumente utilizadas são a de insulina e a 25×7.
Consiste num método semelhante a punção aspirativa, entretanto, não há a aspiração com a seringa. O método é realizado através da inserção apenas da agulha na formação presente no animal. Para despejar o material obtido na lâmina de vidro, utiliza-se cerca de 8ml de ar. As agulhas comumente utilizadas são a de insulina e a 25×7.
Consiste em pressionar a lâmina de vidro contra lesão presente no paciente. Faz-se necessário limpar superficialmente a lesão antes da realização da coleta. Esse método é utilizado em lesões ulceradas e em mucosas, por exemplo. Lesões fibrosas, como processos cicatriciais, hamartomas, fibromas e fibrossarcomas, frequentemente não esfoliam células por meio de coleta por esse método.
Consiste em raspar a lesão, seja com os bordos da lâmina de vidro ou com a lâmina de bisturi. Esse método é utilizado em lesões cutâneas planas, que não seja possível à realização por punção aspirativa ou em tecidos que esfoliam poucas células.
Consiste na obtenção de células de órgãos como brônquios, uretra prostática, cavidade nasal, utilizando solução salina, através do auxílio de sonda. O material analisado é líquido obtido através da lavagem. Em cavidades naturais, como cavidade nasal, conduto auditivo e mucosa vaginal, assim como a região ocular, como o próprio bulbo ocular, glândula lacrimal e terceira pálpebra, onde os outros métodos não são aplicáveis devido à localização anatômica da lesão, pode ser utilizado o swab, cotonete e até mesmo escova cervical, a depender das características macroscópicas da lesão. O material obtido através deve ser girado sobre a superfície da lâmina de vidro, no sentido contrário ao coletado.
Observação importante:
As lâminas devem estar identificadas e sua superfície limpa.
Consiste na fotodocumentação de lâminas histológicas para fins acadêmicos e de publicação.
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