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DERMATOPATOLOGIA – PARTE 1: COLETA DE BIÓPSIA

Por Carolina Gonçalves Pires

Dermatopatologia é uma área da patologia especializada em exames anatomopatológicos da pele, sendo de responsabilidade do médico veterinário patologista, assim como quaisquer outras análises anatomopatológicas. Possui uma terminologia diferenciada, pois a maioria das alterações histopatológicas são observadas exclusivamente na pele. É um exame de grande valia para o auxilio no diagnóstico dermatológico. Microscopicamente é possível determinar o diagnóstico especifico de uma doença, eliminar alguns dos diagnósticos diferenciais clínicos, ou sugerir uma patogênese, mesmo se a entidade da doença específica for indeterminada.

 

Quando e por que a biópsia de pele é recomendada

QUANDO POR QUE
Lesões de pele agudas e severas  

Para ajudar a identificar uma doença grave, de modo que a terapia apropriada possa ser instituída

 

A terapia para a alteração cutânea está associada a efeitos colaterais significativos Para ter certeza de que o diagnóstico clínico é preciso antes de iniciar a terapia

 

A lesão nodular, úlcera ou a lesão não cicatrizante crônica pode representar um tumor Fornecer diagnóstico histológico e prognóstico, excisão ou outras terapias adequadas
 

Lesões cutâneas incomuns

 

 

Para ajudar a identificar uma doença grave, de modo que a terapia apropriada possa ser instituída

Lesões ativas cujo uso da terapia poderá alterar o caráter histológico Fornecer amostras diagnósticas de melhor qualidade, que não tiveram características alteradas pela terapia
Lesões que se desenvolvem durante o curso da terapia Para determinar se há uma reação adversa a terapia

Adaptada de Bettenay SV; Hargis AM; 2003; Practical Veterinary Dermatopathology

 

Quando a biópsia de pele pode ser útil

QUANDO POR QUE
Lesão de pele com falha terapêutica aparentemente apropriada  

Para tentar estabelecer a causa do distúrbio da pele

 

Lesão de pele que responde a terapia, entretanto, ressurge após término da terapia Tentar estabelecer uma causa subjacente do distúrbio da pele
 

Quando há múltiplos diagnósticos diferenciais clínicos e o exame dermatológico, incluindo um exame físico completo e a evolução dos exames clínicos, não permite diferenciar as condições

 

Estabelecer um diagnóstico ou eliminar algum diagnóstico diferencial

Adaptada de Bettenay SV; Hargis AM; 2003; Practical Veterinary Dermatopathology

 

Qual o local para coletar a biópsia da pele

Perca pelo menos 5 minutos escolhendo o local da lesão baseada:

·         Tipo de lesão presente

·         Histologia normal da pele

·         Diagnósticos diferenciais

Coletar a totalidade da lesão primária
Coletar lesões secundárias caso representem uma porção importante da desordem
Coletar crostas adicionais e colocá-las em papel filtro no formol
Em lesões de perda de pigmento, coletar áreas acinzentadas e/ou margens da pele pigmentada e não pigmentada
Para diagnóstico de alopecia, coletar amostras com áreas de maior alopecia, de áreas parcialmente sem pelo e normais para fins de comparação. Mantenha amostras das áreas de maior alopecia separadas das outras
Etiquetar amostras de biópsia das diferentes áreas usando frascos ou corantes separados, quando apropriado
Para nódulos únicos, considerar excisão completa, que pode ser curativo
Para tumores invasivos recomenda-se retirada de no mínimo 3 cm de margem

Adaptada de Bettenay SV; Hargis AM; 2003; Practical Veterinary Dermatopathology

 

Técnica de biópsia de pele

Para realização da biópsia de pele é necessário a utilização de materiais delicados, tais como de uso oftalmológico. Os pelos devem ser cortados com tesoura o mais próximo da epiderme, evitando-o traumatizar ou remover crostas da superfície cutânea. O local a ser biopsiado não deve ser preparado cirurgicamente porque essa preparação pode remover ou danificar porções importantes para o diagnóstico. Os métodos utilizados podem ser por punch, incisional (elipse ou cunha) e excisional.

Punch

É uma técnica rápida e relativamente não traumática. Normalmente usada em lesões menores as quais se encaixam inteiramente dentro do diâmetro do punch ou em lesões difusas as quais possuem aparência macroscópica semelhante.

Incisional (elipse ou cunha)

Essa técnica permite avaliar as lesões em que o exame da margem entre a pele normal e lesional é importante, e quando uma amostra maior de tecido é necessária, como, por exemplo, em casos de lesões despigmentadas e ulceradas.

Excisional

Técnica utilizada para coleta de amostras profundas e maiores, por exemplo, em casos de paniculite, casos que a remoção da lesão primária única seja curativa e casos os quais as pústulas e/ou vesículas podem ser danificadas através das demais coletas citadas.

 

Referências

BETTENAY, S. V.; HARGIS, A. M. Biopsy Collection: Why, When, Where and How. In:  Pratical veterinary dermatopathology. Teton NewMedia: Jackson, p.1-4, 2003.

CONCEIÇÃO L,G.; Biópsia tegumentar. In: LARSSON C, E.; LUCAS R Tratado de Medicina Externa Dermatologia Veterinária . São Paulo, Interbook, p143-149, 2016.

SCOTT, D.W; MILLER, W.H; GRIFFIN, C.E; Métodos de diagnostic. In: Dermatologia de Pequenos Animais, 5° ed. Rio de Janeiro, Interlivros, p 105-155 1996.

 

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