Funcionamento de 2ª à 6ª feira das 9h às 18h. Recepção de amostras até às 16h30.
(11) 2872-2552 | (11) 94057-1550

O uso da Imunohistoquímica de valor prognóstico em Mastocitomas cutâneos caninos

Por Alessandra Maria Dias Lacerda

A graduação histológica dos mastocitomas cutâneos em cães tem seu valor em determinar valores prognósticos e terapêuticos. Entretanto, devido à grande variação entre os tumores considerados intermediários (grau II, classificação de Patnaik, 1984), sua relevância prognóstica nesses tumores pode ser questionável. A fim de sanar esse predicamento, atualmente usa-se como guia prognóstico, além da graduação histológica, alterações na expressão da proteína KIT – essa proteína é um receptor da tirosina quinase produzida pelo proto-oncogene c-kit, expresso em vários tecidos como células do glioblastoma, placenta, encéfalo, precursores eritroides, melanócitos, basófilos e mastócitos. A ligação a esse receptor KIT é feita pelo fator de células tronco (“Stem cell factor – SCF”), e é responsável pela indução de vários efeitos nos mastócitos, tais como proliferação, maturação, migração, degranulação, supressão da apoptose e adesão à fibronectina. Mastócitos neoplásicos, devido a mutações do proto-oncogene c-kit nas regiões de justamembrana, tende a terem esses receptores ativos independentemente da presença do fator de células tronco.

A avaliação imunohistoquímica da expressão da proteína KIT se dá pelo padrão de marcação: mastócitos normais (e alguns mastócitos neoplásicos bem diferenciados) têm marcação membranosa, enquanto mastócitos neoplásicos tendem a apresentar marcação citoplasmática e/ou perinuclear. Sendo assim, foram classificadas em três as formas de marcação:

  1. Padrão membranoso
  2. Padrão citoplasmático – focal ou rendilhado
  3. Padrão citoplasmático – difuso
Fonte: Kiupel et al. The use of KIT and tryptase expression patterns as prognostic tools for canine cutaneous mast cell tumors. Vet Pathol,41, p.371-377, 2004.

Os padrões de marcação II e III estão relacionados a um menor tempo de sobrevida e um maior risco de recidiva dos mastocitomas cutâneos.

Já Webster e colaboradores demostraram a importância da realização de marcadores proliferativos, especialmente o Ki67, nos mastocitomas cutâneos. A marcação positiva do Ki67 em mais de 23 células por área (10 campos/aumento de 400x) está relacionada um maior índice de mortalidade, recidiva local e metástase.

Canino, mastocitoma cutâneo de alto grau. Ki67.
Fonte: www.vetmol.com.br

Referências

Kiupel et al. The use of KIT and tryptase expression patterns as prognostic tools for canine cutaneous mast cell tumors. Vet Pathol,41, p.371-377, 2004. Erratum in: Vet Pathol, 41, p. 543, 2004. http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1354/vp.41-4-371

Patnaik AK., Ehler WJ., Maceven  EG. Morphologic grading and survival time in 83 dogs. Veterinary Pathology  1984,Vol  21,  pp 469-74. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6435301

Webster JD, et al. Cellular proliferation in canine cutaneous mast cell tumors: Associations with c-KIT and its role in prognostication. Vet Pathol, 44, p.298-308, 2007. http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1354/vp.44-3-298

Related Posts