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DERMATOPATOLOGIA – PARTE 4: VOCABULÁRIO

Por Carolina Gonçalves Pires

Dermatopatologia é uma área da patologia especializada em exames anatomopatológicos da pele, sendo de responsabilidade do médico veterinário patologista, assim como quaisquer outras análises anatomopatológicas. Possui uma terminologia diferenciada, pois a maioria das alterações histopatológicas são observadas exclusivamente na pele. É um exame de grande valia para o auxilio no diagnóstico dermatológico. Microscopicamente é possível determinar o diagnóstico especifico de uma doença, eliminar alguns dos diagnósticos diferenciais clínicos, ou sugerir uma patogênese, mesmo se a entidade da doença específica for indeterminada.

Alterações dérmicas:

Alterações de colágeno: o colágeno dérmico pode sofrer várias alterações entre elas hialinização, degenerações, atrofia, displasia e calcificação distrófica.

Fibroplasia: Formação e desenvolvimento excessivo de tecido fibroso. Poder ser mais ou menor celular, dependendo da evolução do processo patológico.

Desmoplasia: é a fibroplasia induzida por processos neoplásicos. Ocorro usualmente nas malignidades.

Fibrose: último estágio da fibroplasia, com aumento no número de fibroblastos e de fibrilas colágenas, com pouca inflamação e arranjo estrutural alterado.

Tecido de granulação: processo patológico caracterizado pela proliferação de fibroblastos, colágeno e vasos sanguíneos, que ocorre o reparo tecidual.

Edema: acúmulo de fluido nos espaços entre as fibras colágenas. Ocorre em qualquer dermatose inflamatória de evolução aguda ou subaguda.

Mucinose: quantidade aumentada de mucina da derme. Ocorre secundariamente a muitas dermatoses, como a alopecia mucinosa, dermatoses alérgicas associadas a eosinofilia tecidual, hipotireoidismo, acromegalia, lúpus eritematoso e dermatomiosite. Achado frequente e considerado normal, quando em quantidades moderadas, nos cães da raça Sharpei.

Incontinência pigmentar: presença de grânulos de melanina livres dentro da derme subepidérmica e folicular e também dentro de macrófagos dérmicos (melanófagos). Observada em qualquer processo que lese o estrato basal e a zona da membrana basal, especialmente na degeneração hidrópica das células basais (dermatoses liquenóide, lúpus eritematoso, dermatomiosite e eritema multiforme).

Alterações glandulares:

As glândulas sebáceas e apócrinas podem ser afetadas em muitas enfermidades cutâneas displásicas, endócrinas, granulomatosas ou supurativas. As glândulas sebáceas podem tornar-se atróficas ou císticas nas dermatoses crônicas, hormonais e do desenvolvimento. Podem, também, apresentar-se hiperplásicas nas dermatoses crônicas, enfermidade cutânea seborreica, nevos da glândula sebácea e hiperplasia sebácea nodular senil. As glândulas apócrinas estão comumente envolvidas nas dermatoses supurativas e granulomatosas.

Alterações vasculares:

Dentro das alterações vasculares podemos encontrar as dilatações (ectasia), tumefação endotelial, degeneração fibrinoide, tromboembolismo, hialinização, vasculite e extravasamento de células.

Outras alterações:

Anaplasia: perda intensa da diferenciação e organização celular. Ocorre nos processos neoplásicos.

Displasia: desenvolvimento defeituoso e anormal das células individualmente.

Metaplasia: transformação das células maduras e bem diferenciadas de um tecido, em outro tipo celular diferenciado em outro tecido.

 

Referências

BETTENAY, S. V.; HARGIS, A. M. Biopsy Collection: Why, When, Where and How. In:  Pratical veterinary dermatopathology. Teton NewMedia: Jackson, p.1-4, 2003.

CONCEIÇÃO L,G.; Biópsia tegumentar. In: LARSSON C, E.; LUCAS R Tratado de Medicina Externa Dermatologia Veterinária . São Paulo, Interbook, p143-149, 2016.

SCOTT, D.W; MILLER, W.H; GRIFFIN, C.E; Métodos de diagnostic. In: Dermatologia de Pequenos Animais, 5° ed. Rio de Janeiro, Interlivros, p 105-155 1996.

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